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São Paulo / Cotidiano

Após um ano de funcionamento, completado neste mês de abril, o Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, do Governo de São Paulo, vive uma nova fase no protocolo de triagem e avaliação de pacientes das cenas abertas de uso, no centro da capital paulista.

O equipamento realizou 28,8 mil atendimentos na recepção de pronto atendimento. Deste total, 16 mil receberam cuidados, sendo 11,5 mil pessoas encaminhadas para tratamento de dependência química. O mapeamento do perfil dos pacientes realizado com base em 13 mil entrevistas identificou que a maior parte (73%) é proveniente da região central da capital e que 63,4% frequentam ou já frequentaram as cenas abertas de uso. A proporção vem aumentando: em agosto do ano passado, quando o equipamento contava cinco meses de funcionamento, o índice era de 56%.

“Temos buscado cada vez mais focar os esforços do Hub na recuperação das pessoas que frequentam as cenas abertas, com o intuito de ajudar na saída de pessoas de lá e a desmobilizar o fluxo”, afirma Quirino Cordeiro, médico psiquiatra e diretor do Hub.

No ano passado, as cenas abertas estavam em pontos espalhados em algumas partes da região central. O cenário atual, no entanto, é do fluxo mais concentrado, especialmente na Rua dos Protestantes. Segundo o diretor, isso fez com que o Hub passasse a viver uma nova fase de abordagem.

Combate às drogas K

De acordo com levantamento feito pelas equipes do Hub, até março, 38% dos atendidos relatavam fazer uso de canabinóides sintéticos, conhecidos como “drogas K”. Para atender essa e outras demandas de pacientes com quadros mais críticos, o local tem adaptado sua estrutura e equipes de acordo com as necessidades.

“Temos médicos clínicos que fazem plantão 24 horas. Também existe uma unidade de tratamento mais intensivo para os pacientes”, explica Quirino.

A triagem feita com os pacientes que chegam no Hub aponta que 71% daqueles que relatam uso dos canabinóides sintéticos apresentam quadro de dependência grave. Eles podem apresentar quadros de intoxicação aguda e de overdose, o que exige a presença de profissionais preparados para lidar com essas situações de maior emergência.

“Com esse perfil de paciente, que pode apresentar quadros graves pelo uso das drogas K, temos um profissional clínico com perfil voltado para isso”, explica Quirino.

Segundo o médico, os canabinóides sintéticos são mais comuns entre usuários jovens, sobretudo aqueles que frequentam as cenas abertas de uso. Entre os mais velhos, é mais comum o uso de crack, cocaína e maconha, além do álcool. A droga de maior incidência entre os pacientes atendidos no equipamento é o crack, com 77,5% de prevalência. Já 85% dos atendidos bebem regularmente.

Como funciona o Hub

Situado na região da Estação da Luz, no centro de São Paulo, o Hub serve como porta de entrada de urgência e emergência para pessoas que apresentam quadros agudos de dependência química, atendendo prioritariamente usuários das cenas abertas. Eles passam por uma avaliação clínica multidisciplinar e, quando necessário, são encaminhados para um tratamento individualizado, de acordo com o perfil de cada usuário. Os encaminhamentos são para hospitais especializados, outros tipos de unidades de saúde e acolhimentos terapêuticos.

O Hub ainda oferece acompanhamento de atenção psicossocial para pacientes que já passaram pelo período de internação. Com quadros mais estabilizados de dependência química, o objetivo é auxiliar no processo de reinserção social.

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