O governo de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, prorrogou o funcionamento do Serviço Estadual de Acolhimento Emergencial destinado a pessoas em situação de rua. Criado em julho, inicialmente para acolher as pessoas durante o inverno, o serviço irá funcionar ininterruptamente até março de 2024, das 18h às 8h.
“É verdade isso? Não acredito!”, comemorou Jair Silva, de 36 anos, com um enorme sorriso, quando soube da notícia. Ele foi acolhido há 1 mês no serviço desde que se separou. Antes disso morava na rua.
Recentemente, conseguiu trabalho como mestre de obras, e o abrigo é um conforto onde pode dormir, se alimentar, tomar banho, cuidar das roupas e estar pronto sempre no dia seguinte para trabalhar com tranquilidade. Ele tem esperança de que em breve consiga voltar a ter autonomia de moradia. “Sou muito bem tratado. Quero me recuperar, juntar dinheiro e ir para minha casa”, afirmou.
Com capacidade para receber até 50 pessoas por dia, o serviço, que funciona nas imediações da Praça da Sé, na capital, atende preferencialmente famílias com crianças, idosos e PCDs, contando com o suporte de profissionais do serviço social e equipe técnica.
Os acolhidos recebem alimentação, pernoite, têm acesso a chuveiros e participam de atividades socioeducativas. Também são encaminhados para a rede de saúde e outras políticas públicas, quando necessário. O espaço recebe apenas pessoas encaminhadas pela Prefeitura de São Paulo.
“Manter um serviço tão importante é uma vitória para todos nós. Trata-se de um investimento social extremamente relevante, pois não se trata apenas de pernoite, mas de um equipamento que existe para mudar histórias. O governo do Estado continuará investindo para apoiar a capital em ofertar acolhimento humanizado para aqueles que precisam”, disse o secretário Gilberto Nascimento.
Mais de 5.500 pessoas já foram abrigadas, sendo quase 500 crianças e migrantes que vieram de países como Angola, Colômbia, Nigéria, Palestina, Tunísia, Venezuela, Espanha e Marrocos.
O casal de venezuelanos Ricardo e Yeraldin Garcia, de 30 e 24 anos, respectivamente, estão há uma semana no abrigo. Se não fosse o serviço estadual, eles não teriam onde dormir com a filha de 1 anos e 6 meses, Zoe.
“Passei por vários países da América do Sul. O único estado que me acolheu foi São Paulo. Aqui temos comida, conforto e nossa família não se separa”, disse Ricardo.
O prédio tem espaço de convivência, brinquedoteca, dormitórios, cozinha, refeitório, depósito e banheiros com chuveiros, além da sala de atendimento psicossocial individual, sala para atividades coletivas e setor administrativo. Tudo isso com acessibilidade para incluir pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos.
Os acolhidos contam com duas refeições, jantar e café da manhã, quartos individualizados para famílias e espaço de recreação para crianças. Também podem guardar seus pertences, incluindo carrinhos. O investimento nessa prorrogação será de R$ 919,6 mil. Até agora 90 pessoas foram encaminhadas para vagas fixas do serviço de acolhimento municipal.
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