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São Paulo / Cotidiano

 Especialista diz que atrasos na fala costumam indicar Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Transtorno de Desenvolvimento da Linguagem TDL), anteriormente chamado de disfasia ou transtorno específico de linguagem; Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que pode impactar a comunicação; Problemas auditivos como perda de audição; deficiência intelectual ou algumas síndromes genéticas. 

Foto: Divulgação

  A neuropediatra Estéfani Ortiz (CRM-RS 40.870 e RQE 40.131) comenta que os passos iniciais no desenvolvimento da fala de uma criança geralmente seguem este padrão: 

3 a 6 meses: balbucios e vocalizações (sons como “ba-ba”, “da-da”).

9 a 12 meses: a criança começa a imitar sons e pode dizer suas primeiras palavras simples, como “mamã” ou “papá”.

12 a 18 meses: vocabulário limitado de palavras simples, a criança pode usar termos para se referir a objetos e pessoas familiares.

18 a 24 meses: vocabulário expandido, com a combinação de duas palavras (como “mais água”) e o início de frases simples.

Estéfani Ortiz

  Segundo a médica, o atraso na fala pode ser considerado um problema se a criança não atingir certos marcos do desenvolvimento da linguagem. Por exemplo, ao completar um ano, ela não usa gestos como apontar, acenar ou mostrar objetos; com um ano e meio não falar pelo menos 10 palavras ou com dois anos não formar frases de duas palavras ou ter vocabulário muito limitado. “É sempre importante avaliar com um profissional, especialmente se houver ausência de comunicação verbal ou gestual”, alerta.

  Estéfani reforça que os pais devem conversar com o pediatra ou um neuropediatra especialista em desenvolvimento infantil ao observarem sinais como a ausência de balbucios ou imitação de sons até os 12 meses; pouca ou nenhuma tentativa de comunicação (seja verbal, gestual ou com olhares) após um ano; falta de atenção ao ser chamado pelo nome; dificuldade em compreender ou seguir comandos simples.

Diagnóstico e tratamento

Conforme a médica, o diagnóstico envolve uma avaliação completa por uma equipe multidisciplinar, incluindo fonoaudiólogo e neuropediatra principalmente. “Eles vão observar o desenvolvimento da linguagem e habilidades sociais, e podem recomendar testes auditivos, além de avaliar outros aspectos cognitivos”, destaca.

Já o tratamento engloba a intervenção precoce com fonoaudiologia para melhorar a fala e a linguagem; terapias comportamentais como o método ABA, para crianças com dificuldades relacionadas ao espectro autista; orientação aos pais para estimular a comunicação adequadamente no ambiente familiar.

Exposição às telas

 De acordo com a especialista, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é evitar o uso de telas antes dos dois anos e limitar o tempo de exposição em crianças maiores, priorizando interações humanas. Portanto, ela enfatiza que a exposição excessiva às telas pode atrasar a fala, especialmente antes dos dois anos, afetando o desenvolvimento da linguagem. Estéfani explica também que a interação passiva com telas limita a oportunidade de interações sociais e comunicação verbal, o que é essencial para o desenvolvimento da fala.

 

Dicas da neuropediatra

  • Fale frequentemente com a criança, descreva o que está fazendo e nomeie objetos ao redor.

 

  • Leia livros desde cedo, mesmo que a criança ainda não compreenda completamente.

 

  • Cante músicas e recite rimas, que auxiliam a criança a memorizar sons e palavras.

 

  • Responda às tentativas de comunicação seja com gestos, balbucios ou palavras.

 

  • Evite a exposição excessiva às telas priorizando interações face a face.

 

  • Brinque com jogos interativos como esconde-esconde, que incentivam a troca de palavras e gestos.

 

  • Seja paciente e repetitivo ajudando a criança a processar e aprender novas palavras.