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São Paulo / Saúde

Foto: divulgação

A Dra. Ana Carolina Ceresani esclarece as dúvidas sobre os temas abordados 

 

 Aguardar o nascimento de um bebê e fazer planos para o novo membro da família, na maioria das vezes, é a realização de um grande sonho da mulher. Mas, até chegar a tão esperada fase, há muitos assuntos que as futuras mamães precisam estar cientes. Pensando nisso, a Dra. Ana Carolina Ceresani, médica ginecologista, esclarece as dúvidas sobre importantíssimos fatos para a maternidade: pré-natal, parto e nascimento prematuro.

 

   Pré-Natal: 

  A assistência pré-natal é um programa de acompanhamento clínico e psicossocial, cujo objetivo é garantir as melhores condições de saúde física e mental para a mulher e para a criança durante o ciclo gradativo-puerperal. Neste período podemos identificar patologias obstétricas e preveni-las como pressão alta e diabetes na gestação.  O cuidado oferecido precisa ser qualificado e humanizado, proporcionando segurança, eficácia e satisfação na perspectiva da gestante, do feto e da família. 

  Deve iniciar antes da gravidez, planejando-a com seu obstetra. A primeira consulta gestacional deve ser realizada no primeiro trimestre, sendo melhor investigada se for na descoberta da gestação, e no decorrer da gravidez, devem ocorrer retornos periódicos da gestante mensalmente e, ao chegar no sétimo mês, essas consultas vão aumentando até ficarem semanais. O término da assistência pré-natal se realiza em uma consulta de revisão, entre 40 e 60 dias após o parto. Suplementação vitamínica, orientações de via de parto além de toda preparação física e psicológica ocorre nesse período.

  A médica explica que após o diagnóstico de gestação confirmada com exame de sangue beta hcg, a mamãe está pronta para o início do pré-natal. Então na sua primeira ida ao obstetra alguns exames laboratoriais e de imagem serão solicitados. Uma ultrassonografia obstétrica inicial é de extrema importância para a análise do feto gerado. “O tamanho dele nos diz exatamente sua idade gestacional e, com essa medida que o obstetra irá se basear durante toda a gestação juntamente com o último dia da sua menstruação”. 

 A Dr. Ana relata que também é de extrema importância o rastreio de doenças infecciosas e a revisão de cartão de vacinas, exames pré-natais ou registros clínicos anteriores para definir suscetibilidade a infecções (rubéola, hepatites, HIV, toxoplasmose) além de sífilis e citomegalovírus.

 

  • Hemograma para o rastreio de anemia, glicose de jejum e curva glicêmica para diabetes gestacional.
  • Exames da tireoide para identificar o hipo ou hipertireoidismo são preconizados. São realizados todo semestre. O objetivo é caso a mãe seja suscetível para essas doenças, o obstetra deve orientar (como por exemplo a ingestão de alimentos crus manipulados para toxoplasmose) ou vacinar como o exemplo da hepatite B e da rubéola.
  • A ultrassonografia deve ser repetida sempre que necessário. Sendo muito relevante entre o 11*e 14* mês de gestação onde realizamos a análise morfológica de 1* trimestre. Entre as 18 e 22* semanas o de segundo trimestre e 33 e 34* semanas no terceiro trimestre. Os exames morfológicos tem como objetivo analisar a formação dos órgãos fetais, cordão umbilical e placenta. Também serve como diagnóstico inicial para malformações fetais e sindrômicas.

 

Parto: 

  O parto a termo, nome que se dá ao parto de um bebê viável com nove meses de gestação, inicia-se quando a gestante perde o tampão mucoso, película protetora do colo que fica na parte de dentro do útero. Assim que o colo começa a se preparar, essa é a primeira mensagem do corpo que a criança está a caminho. Nesse período também começam as chamadas “contrações de treinamento”, ou seja, a mamãe tem contrações esporádicas, que faz ela sentir a sensação de trabalho de parto, sem ser iniciado efetivamente.

 Além disso, a mamãe pode ter o rompimento das membranas ovulares a qualquer momento. Com o passar dos dias essas contrações vão aumentando, sendo mais frequentes e então, a mulher entra no chamado trabalho de parto ativo: contrações rítmicas a cada três minutos. 

  Caso isso não ocorra até 41 semanas, a gestante pode iniciar o trabalho de parto com medicações ou mecanismos indicados para indução de trabalho de parto. Tudo acompanhado pela equipe obstétrica dentro do centro de parto na maternidade.

Foto: divulgação

O parto normal é o mais natural. Ele acontece gradativamente, dando oportunidade para que as modificações fisiológicas tenham espaço, a mãe se prepare emocionalmente para receber a criança e fisicamente para se adaptar às modificações hemodinâmicas. Além disso, promove maior ligação entre mãe e filho.

A recuperação da paciente é rápida. Após  o nascimento, não há dor, nem limitação de movimentos. Assim que a paciente descansa do dispêndio de energia, ocorrido durante o trabalho de parto, principalmente no período expulsivo, ela é capaz de exercer qualquer atividade física.

A rápida recuperação favorece a lactação, que pode ter início mais precoce, já na primeira hora de vida. Isso assegura maior taxa de sucesso no processo de amamentação e tem como consequência a diminuição da mortalidade infantil. 

O parto cesariano realizado a pedido da paciente, sem indicação clínica ou obstétrica, vem aumentando no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países. Existe grande discussão a respeito da ética do médico em praticar ato cirúrgico não necessário e do direito da mulher em escolher o tipo de parto que deseja.

“Apesar de muitas gestantes ainda solicitar o parto cesariana eletivo, devemos sempre lembrar que essa escolha é sempre obstétrica preservando o bem estar materno fetal, porém existem algumas indicações absolutas e relativas de parto cesárea como, por exemplo, a falha na progressão do parto acompanhada pelo partograma, desproporção cefalopélvica (quando o bebê e a pelve da mãe não são compatíveis), apresentação córmica (quando o bebe está sentado ou atravessado) macrossomia fetal (maior que 4 quilos) além de urgências analisadas intraparto como sofrimento fetal agudo e prolapso de cordão umbilical”. 

 

Nascimento Prematuro: 

A literatura internacional cita como limite inferior, para se considerar um feto viável, aquele com idade gestacional de 24 semanas e peso acima de 500g. Cada serviço, entretanto, possui os seus limites de viabilidade, que devem ser conhecidos pela equipe responsável pela assistência.

  • Prematuridade extrema: – < 28 semanas de IG
  • Muito prematuro:  – 28-31 semanas de IG
  • Moderada ou tardia:  32-36 semanas de IG

Dra. Ana Carolina Ceresani, médica ginecologista