Desempregada, com três filhos e uma neta, Daisy Costa, de 39 anos, está há quase um mês abrigada no Serviço Estadual de Acolhimento Emergencial. O espaço foi oficialmente entregue pelo Governo de São Paulo na última terça-feira (1), mas já está protegendo e acolhendo pessoas em situação de rua no período de baixas temperaturas desde o início de julho.
A família de Daisy está sem moradia fixa há cerca de um ano. Recentemente, o marido da desempregada abandonou a família, e eles não tiveram alternativa senão buscar ajuda. Após tomar banho e arrumar os pertences no quarto, Daisy afirma que terá um lugar seguro para descansar por mais uma noite.
“Aqui tem os cantos para as crianças dormirem, não estamos na rua. Está muito frio para ficar na rua. Tem espaço para brincar, tem biblioteca. É um lugar que você confia que dá para dormir”, contou.
O serviço é voltado, prioritariamente, para famílias com crianças, idosos, pessoas com deficiência e mobilidade reduzida encaminhadas ao local pela Prefeitura de São Paulo. O prédio já foi sede da Procuradoria do Estado, na Praça da Sé, e foi totalmente reformado e adaptado para receber até 50 pessoas.
Lá, os acolhidos ficam acomodados em três andares do edifício, que conta com espaço de convivência, brinquedoteca, sala de TV, dormitórios com beliches e berços para as crianças, refeitório, depósito, banheiros com chuveiros e sala de atendimento psicossocial individual.
Em situação de rua há três anos, Sidneia Regina do Carmo, de 53 anos, estava feliz por conseguir uma vaga no Serviço Estadual de Acolhimento Emergencial. Ela perdeu o emprego no início da pandemia e, desde então, as noites são incertas.
“Eu já passei por três albergues. Já dormi na rua porque não tinha conseguido uma vaga. Em vim para cá porque estou precisando e por causa da minha saúde, não estou mais na idade de ficar na rua”, disse.
O secretário estadual de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento, destaca que a parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo tem resultados muito expressivos. “O perfil dos acolhidos é bem distinto. Nós temos aqui portadores de deficiência, nós temos aqui comunidade LGBT, nós temos uma família com sete crianças. Onde o município conseguiria um espaço para toda essa família ficar unida? Aqui, no nosso espaço, isso acontece.”
Ele ressalta ainda o número de estrangeiros acolhidos pelo serviço. Das 50 vagas ocupadas na última terça, 15 atendiam a pessoas de outros países, como Angola, Afeganistão e Colômbia.
Os encaminhamentos são feitos pelos serviços da prefeitura, como o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) – Bela Vista/ Santa Cecília e outros serviços como o Ampara SP, projeto complementar à abordagem social da população em situação de rua.
As pessoas são acolhidas a partir das 18h, permanecem durante toda a noite e deixam o serviço às 8h, orientados pelo Núcleo de Convivência para Adultos em Situação de Rua.
O Governo do Estado investiu R$ 1,3 milhão no novo serviço, que permanecerá aberto ininterruptamente até 30 de setembro de 2023. A partir de 2024, o atendimento será do início de junho até o fim de setembro. O espaço está tipificado como serviço de referência e apoio à gestão municipal.
Fotos: https://we.tl/t-PCU4bcUOYv?utm_campaign=TRN_TDL_05&utm_source=sendgrid&utm_medium=email&trk=TRN_TDL_05
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