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São Paulo / Economia

(Crédito: Divulgação)

O Museu Catavento, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugurou nesta sexta-feira (29) a exposição em comemoração ao aniversário dos 150 anos de nascimento de Santos Dumont.

“Santos Dumont: entre máquinas e sonhos” explora a vida e as conquistas do inventor brasileiro e sua relação significativa com as ciências, principalmente com a engenharia, aeronáutica e a física.

Entre os pontos de destaque estão réplicas em tamanho real dos aviões Demoiselle e 14-bis, o primeiro do mundo a voar, e um caça F5 da Aeronáutica. Os dois aviões criados por Santos Dumont foram construídos pelo Museu Aeroespacial e permanecerão no Catavento, integrando seu acervo.

A exposição é patrocinada pelo Grupo Ultra, por meio de suas empresas Ultragaz, Ultracargo e Ipiranga e da Embraer, com apoio da Força Aérea Brasileira e do Museu Aeroespacial, Museu Paulista, Instituto Cultural Santos Dumont e da Fundação Casa de Cabangu, responsável pela administração do Museu Casa Natal de Santos Dumont.

A exposição ocupa uma área de 500 metros quadrados no total, incluindo a área interna e a área externa – onde ficarão o 14-bis, o Demoiselle e também o  avião caça F5. Seu ponto de partida explora os interesses iniciais de Santos Dumont pela ciência e pela mecânica, mostrando experiências realizadas na fazenda de café de sua família.

Os visitantes terão a oportunidade de explorar suas primeiras aventuras no mundo da mecânica, incluindo automóveis, motocicletas e invenções engenhosas.

Através de detalhados painéis visuais interativos e dioramas, a mostra apresenta o nascimento das muitas inquietações de Dumont que o transformaram em um grande inventor, tendo em Paris, na França, pontos marcantes. Toda a exposição explora a conexão entre o inventor do avião e a missão do Museu Catavento, de despertar o interesse pela ciência e tecnologia.

“É uma exposição de toda a trajetória de vida do Santos Dumont, desde a infância até a vida adulta, levando em consideração toda a influência que teve na ciência. Teremos, inclusive, o chapéu original e a gravata que ele utilizou por muitos anos e que se tornaram marca registrada do inventor”, destaca a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, Marília Marton.

O fascínio humano pelo voo ao longo da história é contado em uma linha do tempo, desde a antiguidade até os voos tripulados de balão. Neste contexto, Santos Dumont assume o centro da história como um dos pioneiros da aeronáutica.

Através de maquetes físicas e painéis informativos, os visitantes conhecerão as máquinas voadoras criadas por Dumont em Paris, como o Balão Brasil, o dirigível N-3, o dirigível N-6 (com o qual ele circulou a Torre Eiffel e ganhou o Prêmio Deutsch em 1901) e o dirigível N-9, mais compacto, que fez pousos em vários locais da cidade, incluindo em frente a sua própria casa.

O espaço seguinte abordará outros aspectos da vida do incansável inventor, como a influência na moda e sua colaboração com o amigo Cartier na criação do relógio de pulso. Os visitantes terão a oportunidade de explorar a casa inventiva de Santos Dumont em Petrópolis, sua relação com patentes e divulgação científica, e documentos de seu legado para a aviação brasileira e mundial.

“Esta exposição mostra como Dumont se tornou inventor. Quisemos trazer em detalhes passagens de sua vida que o encantaram e o transformaram na pessoa que ele foi. O Catavento tem essa mesma vocação de incentivar o pensamento científico e tecnológico para que nasçam novos cientistas, novos Santos Dumonts”, explica Ricardo Pisanelli, curador da exposição.

Por fim, a exposição contará com uma área dedicada a oficinas de blocos de montar, atividades pensadas para o público infantojuvenil. Haverá também quiz sobre a vida de Santos Dumont e oficina de aviões de papel, onde os visitantes poderão interagir e experimentar diferentes aspectos das técnicas de voo. Uma plataforma de lançamento estará disponível para desafiar os entusiastas do voo a testarem suas criações.

“O pioneirismo de Santos Dumont se conecta à trajetória de empreendedorismo em mobilidade e energia trilhada pelo Grupo Ultra e por suas empresas. Além disso, acreditamos que a transmissão do legado de grandes nomes da história do Brasil é uma grande aliada da educação, nossa principal bandeira social”, afirma Luis Fernando Guggenberger, Diretor Presidente do Instituto Ultra.

Fórum de debates

Além da abertura da mostra, no dia 29 ocorre um debate em torno do pai da aviação. O Fórum Santos Dumont acontece das 14 às 17 horas, no auditório do Museu Catavento. Participam da mesa do fórum:

  • Henrique Lins de Barros – maior e mais respeitado biógrafo de Santos Dumont, o único que viajou a todos os locais onde o inventor esteve;
  • Ricardo Magalhães – físico da USP, vice-presidente do Instituto Cultural Santos Dumont e um dos maiores estudiosos do pai da aviação;
  • Luiz Pagano – fundador do blog A maravilhosa vida de Santos Dumont e é membro colaborador do Instituto Cultural Santos Dumont;
  • Ricardo Pisanelli – curador da exposição e superintendente de projetos da Organização Social Catavento, que irá mediar o debate.

Na ocasião também estará presente Marcos Villares, sobrinho-bisneto de Santos Dumont, presidente do Instituto Cultural Santos Dumont e importante mantenedor e divulgador do legado de seu familiar.

Atividades formativas para educadores

Neste semestre será realizada uma formação de professores com foco em Santos Dumont e de como ele contribuiu para a ciência, abordando sua vida e obra e a física do voo, ainda com data a confirmar.

A ideia é que estes educadores possam levar os conceitos a suas turmas, ensinando quem foi brasileiro inventor do avião. Cada grupo terá cerca de 180 participantes que, após a parte teórica, farão uma imersão na exposição.

No início do semestre, 17 formadores e educadores das Fábricas de Cultura passaram pela mesma formação. Agora será aberta ao público para escolas públicas e particulares, de todos os anos, inclusive ensino superior.

Núcleo Catavento Acessível

O Catavento conta com programa que tem o objetivo de ampliar a acessibilidade da visitação. Assim, como em todas as exposições, os funcionários do museu receberam treinamento para proporcionar visitas que acolham bem todos os públicos.

Na exposição de Santos Dumont, por exemplo, haverá um carrinho com objetos ligados ao tema que poderão ser tateados, como aviões de porte pequenos, réplicas da torre Eiffel (cidade em que Santos Dumont realizou grandes experimentos) – objetos voltados a pessoas com deficiência visual.

O conceito do Núcleo é possibilitar a melhor experiência para públicos diversos, como pessoas com deficiência, idosos, pessoas de maior vulnerabilidade social, imigrantes, entre outros. Para que grupos neste perfil tenham atendimento adequado recomenda-se agendamento com o museu, que irá organizar para que a visita seja realizada.

Atividades culturais nas Fábricas de Cultura

Nas unidades das Fábricas localizadas na zona Leste de São Paulo e nas cidades de São Bernardo do Campo e Santos, serão realizadas diversas atividades relacionadas ao inventor.

Os aprendizes que frequentam estas unidades terão a oportunidade de visitar a exposição e participar de uma semana especial com contação de histórias, oficinas de criação, desenhos e grafites inspirados em Santos Dumont.

A programação também inclui aulas de Maker e Drones, ação comemorativa ao voo do dirigível n°6 e uma programação especial durante as férias de janeiro de 2024. Há uma previsão de que pelo menos 1.040 aprendizes das Fábricas visitem a exposição nos próximos meses.

Um grande pioneiro brasileiro

Nascido na cidade mineira de Cabangu, em 20 de julho de 1873, Alberto Santos Dumont foi precursor em muitas áreas para além do principal feito pelo qual é conhecido: a invenção do primeiro avião da história.

Desde sua infância, tinha convicção de que o homem iria alçar os céus e conseguiria voar. Aos 12 anos pilotava, na enorme fazenda de sua família, a locomotiva por um trajeto de mais de 100 quilômetros.

Foi Dumont quem inventou o chuveiro de água quente, quem trouxe o primeiro automóvel ao Brasil e quem sugeriu a criação do Parque do Iguaçu. Além disso, foi um grande divulgador científico, mantinha seus projetos livres de direitos autorais, para serem usados livremente, além do legado significativo que deixou através dos dois livros que escreveu.

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