Paul Malicki, CEO da Flapper, destaca o número crescente de aeronaves, digitalização de serviços e a popularidade da economia compartilhada
Contrariando a expectativa sobre o setor da aviação executiva no período pós-pandemia, quando o temor era de que apenas os ricos e os políticos voltassem a dominar os deslocamentos, os voos privados prosperaram graças à modernização da frota global e ao financiamento significativo no desenvolvimento do segmento. Na época, houve um aumento notável na visibilidade e sensibilização entre novos clientes, movidos por alternativas limitadas e preocupações sobre o vírus.
Paul Malicki, CEO da Flapper, empresa líder em aviação executiva sob demanda, destaca pelo menos cinco tendências do setor de aviação executiva e de táxi aéreo, ou seja, o de voos fretados. A primeira delas é o crescimento estável de voos privados nos países emergentes.
“Olhando para os dados globais de movimento de aeronaves, as operações combinadas de jatos executivos e turboélice na primeira semana de julho de 2024 foram 37% maiores do que em 2019, de acordo com os rastreadores ADS-B. E são os mercados emergentes que registaram a maior taxa de crescimento, liderados pela América do Sul, Índia e Médio Oriente. No primeiro semestre deste ano, São Paulo, por exemplo, teve um crescimento de 13% nos voos da aviação executiva em relação ao ano passado; ao mesmo tempo, a Europa caiu 1,3%. Separadamente, as autoridades colombianas da aviação civil compartilharam que em 2023 os voos de táxi aéreo cresceram 23,5%”, explica o executivo.
Com o mercado pós-pandemia agora estabilizado, os analistas estão se concentrando em mercados como o Brasil, com seu tamanho continental e uma infraestrutura de aviação geral estabelecida. Embora não possamos garantir o seu crescimento ilimitado no futuro, uma coisa é certa: a economia compartilhada será o principal fator impulsionador do avanço do setor.
Outro ponto em destaque é o táxi aéreo e propriedade fracionada em alta, já que os serviços sob demanda e a economia compartilhada revolucionaram com sucesso setores-chave da economia, incluindo a mobilidade, a alimentação e o imobiliário. A aviação executiva vem em seguida, afirma o CEO da Flapper.
“Com os custos crescentes dos serviços de aviação, os proprietários de aeronaves particulares procuram compensar uma parte desses custos com terceiros, seja fretando seus aviões e helicópteros ou dividindo a propriedade com outros. Ao mesmo tempo, há cada vez mais usuários que procuram modelos de consumo 100% ‘asset-light’, ou seja, os que viabilizam reserva de um avião privado ou compra de um assento individual sem compromisso; e a tecnologia agora permite isso”, argumenta Malicki.
Em julho de 2024, o número total de aeronaves de táxi aéreo no Brasil disparou para 683, superando as 636 unidades registradas em junho de 2023 e 608 em junho de 2022, conforme dados da ANAC. Maior disponibilidade da frota comercial significa mais concorrência e melhor oferta ao consumidor final.
A economia compartilhada também se tornou uma realidade graças ao lançamento da regulamentação pela ANAC para propriedade fracionada, que se tornou exigível em março de 2022, baixo RBAC 91K. Estas duas modalidades: táxi aéreo e compartilhamento de aeronaves também foram apontadas como os segmentos de mercado que mais crescem pela empresa de analytics (ARGUS).
Outro atrativo para o crescimento da mobilidade aérea urbana é a modernização da frota. O número de entregas de jatos executivos superou significativamente as previsões no segundo trimestre deste ano. Dados da Cirium revelam que as principais fabricantes entregaram 151 jatos, um número maior do que o estimado pelo analista da Jefferies Equity Research. A empresa ainda prevê que o total de entregas este ano será de 674 exemplares, uma alta em relação aos 563 de 2023.
“A aviação geral é o último grande setor da economia que não foi digitalizado, disse um conhecido investidor durante a conferência Revolution.aero em São Francisco, em 2022. Nos últimos anos, observamos um aumento de soluções digitais para o setor, incluindo algumas tendências como software que ajuda empresas de táxi aéreo a programar voos e manter suas aeronaves; lançamento de sistemas digitais por autoridades da aviação civil; no Brasil, a ANAC agora permite a entrega online de planos de voo, armazenamento do histórico da experiência do piloto ou consulta do número de matrícula, sendo o sistema mais avançado do mundo”, diz o executivo.
E mais: pontos como o software de rastreamento de voos aumentando a transparência, facilitam a entrada no mercado e oferecem informações em tempo real sobre o avião, agregando os dados do mercado; sem contar que marketplaces permitem o fretamento de aviões, quase em tempo real ou a compra/venda de jatos, turboélices e helicópteros.
Com os consumidores, fornecedores e operadores agora capazes de consultar informação de forma mais rápida e cômoda, o setor tornou-se mais profissionalizado e ágil. Durante a próxima fase da digitalização do setor esperamos ver novas integrações entre diferentes softwares e aplicações significativas de inteligência artificial. Paul Malicki afirma: “Isso significa que, por exemplo, o cliente deveria poder reservar um jato sem falar com um ser humano. Os custos dos voos e sua rota seriam totalmente calculados por algoritmos avançados de machine learning”.
Sobre a Flapper
Lançada em 2016, a Flapper é a primeira empresa de aviação executiva sob demanda no Brasil. Com sede em Belo horizonte e escritórios locais em cidades-chave ao redor do mundo, a empresa comercializa fretamentos e voos compartilhados no Brasil, e conta com mais de 2.500 aeronaves disponíveis em seu marketplace. A empresa possui mais de 400 mil usuários de seu aplicativo móvel e possui certificações ARGUS e Wyvern. Mais informações: https://flyflapper.com/