O Dia do Mico-Leão-Preto, nesta quinta-feira (29), ganha motivo duplo para comemoração. Isto porque um ultrassom em uma fêmea revelou a chegada em breve de dois novos animais da espécie ameaçada de extinção no Núcleo de Pesquisa e Conservação de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (CECFAU), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL). O mico-leão-preto é considerado patrimônio ambiental e símbolo do estado de São Paulo.
Após o nascimento, serão 25 animais da espécie no CECFAU, local que busca avançar e se consolidar nas atividades de conservação de espécies ameaçadas. A expectativa pela chegada dos dois novos integrantes é grande. “Cada novo indivíduo conta, é um número a mais para a gente conseguir aumentar a população que vive sob cuidados humanos. Com a reprodução, a gente continua aprendendo e melhorando os protocolos de manejo. Então, cada nascimento bem-sucedido também é uma forma de dizer que a gente está fazendo certo”, ressalta a assessora técnica da SEMIL Giannina Piatto Clerici.
O mico-leão-preto é uma das quatro espécies de micos-leões. Ela é típica da Mata Atlântica do estado de São Paulo. Foram seis décadas sem que os animais fossem avistados até a aparição em 1970 no Parque Estadual do Morro do Diabo, extremo oeste do estado. “É uma espécie que vem sofrendo muito com a perda da Mata Atlântica”, destaca Giannina.
Os micos atuam também como dispersores de sementes e acabam contribuindo para a regeneração da floresta onde vivem, conservando a espécie. “Automaticamente, a gente também está conservando a Mata Atlântica do nosso estado ao preservar esses animais”, reforça a bióloga. Atualmente, estima-se que existam de 1.600 a 1.800 micos-leões-pretos vivendo em remanescentes de Mata Atlântica de interior e matas ciliares.
Os primatas se alimentam principalmente de frutos e insetos e dormem em buracos de árvores. Eles pesam em média 600 gramas e medem cerca de 30 cm de corpo e 40 cm de cauda. Os micos machos adultos, as fêmeas e os jovens apresentam a mesma pelagem predominantemente preta, com exceção das coxas e da base da cauda, que apresentam cor vermelho alaranjada. Na região da cabeça, possuem uma juba que cobre as orelhas.
Sobre o CECFAU
Desde 2015, o CECFAU já registrou 400 nascimentos de filhotes de espécies ameaçadas de extinção. O local é voltado à pesquisa e manejo de fauna silvestre, localizado em uma área de 80 mil m² em Araçoiaba da Serra, no interior do estado. Atualmente, os esforços se concentram em preservar e proteger seis espécies: o sagui-da-serra-escuro, o mico-leão-preto, o mico-leão-de-cara-dourada, a arara-azul-de-lear, o tamanduá-bandeira e a perereca-pintada-do-rio-pomba.
Os pesquisadores do Núcleo de Conservação da Fauna Silvestre do Governo de SP trabalham para a preservação das espécies da fauna brasileira, o desenvolvimento de estratégias destinadas à manutenção de espécies sob cuidados humanos geneticamente viáveis para programas de reintrodução e o reforço das populações na natureza.
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