Dr. Guilherme Ravanini

A pandemia de Covid-19 vem exigindo maior rigor nos hospitais para garantir a segurança de médicos e pacientes. E a contribuição da cirurgia robótica no cumprimento desses protocolos tem sido enorme. Afinal, esse método é menos invasivo e reduz o tempo de internação, entre outras vantagens. Na cirurgia robótica, o médico fica à frente de um console com imagens 3D para controlar, por meio de joysticks, um robô constituído de braços mecânicos. “Por pequenas incisões, de 8 a 12mm, as pinças robóticas podem fazer os mesmos movimentos de uma mão, dentro de cavidades corpóreas”, disse o cirurgião geral e oncológico Guilherme Ravanini, especialista nesse tipo de procedimento.

Segundo ele, as principais especialidades em que o robô é utilizado são cirurgias torácica, urológica, geral, oncológica e ginecológica. Como se viu, o robô não opera sozinho. E para controlá-lo, o médico precisa passar por uma capacitação. “Esse treinamento se inicia em simuladores, e após várias horas e alguns testes, o cirurgião está apto a operar com a ajuda de um tutor, que chamamos de proctor. Um médico com experiência que ficará ao seu lado nos primeiros casos”, disse o doutor Ravanini.

BOM PARA PACIENTE E MÉDICO

Os benefícios da cirurgia robótica para o paciente são vários: menos dor no pós-operatório, menos sangramento, menor tempo de internação e recuperação mais rápida. E para o cirurgião também. “O robô acrescenta visão magnificada de alta resolução em 3D, movimentos que mimetizam uma mão. E evita possíveis tremores, pois o cirurgião opera sentado num console, e assim, com maior ergonomia se cansa menos, aumenta sua longevidade e possivelmente sua acurácia”, detalhou o médico.

A cirurgia robótica só tem uma única desvantagem: o custo. “Os planos de saúde não cobrem a cirurgia robótica, mas sim, todos os custos da cirurgia e internação. Os hospitais que dispõem da plataforma robótica podem cobrar, ou não, uma taxa pela utilização da tecnologia. Essa taxa varia entre R$ 4 mil e R$ 12 mil”, finaliza.