O Governo do Estado de São Paulo vai oferecer uma linha de crédito para ajudar produtores de citros na prevenção e controle de doenças que afetem seus pomares. É o caso do Greening, uma doença causada por uma bactéria que destrói plantas cítricas, como a da laranja, e a produção da citricultura.
Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, a medida tem foco no produtor que mais sofre com a praga: “Os custos associados à implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de inseticidas específicos e a renovação de pomares afetados, são elevados e muitas vezes inacessíveis para pequenos e médios produtores. Com a disponibilização da linha, SP sai na frente no enfrentamento da praga, maior ameaça à produção de citros no País e no mundo”.
Condições do financiamento
As linhas de crédito serão disponibilizadas pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). As condições da linha são vantajosas ao citricultor paulista, com 300 mil reais disponíveis por produtor, até 96 meses para pagar, carência de 36 meses e juros a partir de 3% ao ano. Para acesso à linha, o produtor deve procurar a Casa de Agricultura de seu município.
São Paulo no combate ao Greening
O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, vem investindo em diversas frentes de combate à praga. Em novembro de 2023, oficializou, por meio de decreto assinado pelo governador Tarcísio de Freitas, o Comitê de Combate ao Greening.
O órgão reúne cinco secretarias da gestão estadual, além de produtores e representantes do setor da citricultura. O objetivo é propor políticas públicas, diretrizes, critérios e procedimentos para o controle da doença.
Além disso, por meio do Instituto Biológico (IB-Apta), São Paulo busca novas formas para o controle do psilídeo, inseto transmissor do Greening. A estratégia do IB é utilizar inimigos naturais do psilídeo para seu enfrentamento. Essa técnica de controle biológico promove o equilíbrio entre as pragas e seus inimigos naturais, o que reduz ou até mesmo suprime o uso de defensivos agrícolas nas lavouras e fornece mais opções para as ações de manejo dos citricultores brasileiros.
O controle da doença é de extrema importância para o agronegócio de São Paulo, que é o maior produtor de laranjas do país. Segundo a Fundecitrus, a citricultura paulista exporta US$ 2 bilhões por ano. São cerca de 9,6 mil propriedades que geram 200 mil empregos no estado.
De acordo com o Fundo de Defesa da Citricultura, o Fundecitrus, o Greening está presente em todas as regiões citrícolas paulistas e em pomares de Minas Gerais e Paraná, além de países da América do Sul e Estados Unidos.
Ainda, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) desenvolve ações sanitárias e de fiscalização. A legislação em vigor estabelece medidas de defesa sanitária vegetal para coibir o comércio ambulante de mudas em São Paulo, em decorrência dos graves danos econômicos às lavouras e pomares comerciais que a prática gera. A CDA ainda conduziu trabalhos de educação sanitária a fim de orientar produtores em diversas regiões. Em 2023, mais de 9 mil mudas foram retiradas de circulação.
A CDA lançou também um canal direto para que a população, especialmente os produtores rurais, denunciem pomares de citros abandonados ou mal manejados no estado. A existência desse tipo de pomar, sem controle do o vetor do Greening, ou sem erradicação de plantas até oito anos contaminadas com a doença, é problemática para a citricultura, uma vez que atua como fonte de contaminação.
O canal de denúncia tem como objetivo informar à Defesa Agropecuária a localização desses pomares de citros abandonados ou mal manejados, para que sejam feitas ações de educação e conscientização do produtor para que sejam adotadas as medidas necessárias para controle do greening.
De acordo com a Portaria SDA/MAPA nº 317, de 21 de maio de 2021, e com a Resolução SAA nº 88, de 08 de dezembro de 2021, em todos os pomares com plantas de citros, é obrigatória a realização do controle eficiente do psilídeo, e nos pomares com até oito anos de idade, deve ser feita pelo produtor a eliminação de plantas sintomáticas.
Produtores do estado também devem entregar, semestralmente, o Relatório Cancro/Greening que deve ser enviado através do sistema informatizado de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (GEDAVE) e deve conter o resultado das vistorias trimestrais para cancro cítrico e Greening realizadas em todas as plantas cítricas da propriedade.
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