Setembro Amarelo é o mês de prevenção ao suicídio. Em 2023, o tema da campanha é “Se precisar, peça ajuda!”. Em 2019, na última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) acerca do assunto, os dados apontaram mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Um estudo do Observatório de Oncologia mostra que a chance de um paciente oncológico desenvolver depressão varia de 22 a 29%. Segundo a oncologista Lucíola Pontes, quando o diagnóstico é confirmado neste paciente, o tratamento proposto envolve uma variedade de aspectos capazes de apoiá-lo nesse momento. A médica comenta que estratégias medicamentosas auxiliadas pelo psiquiatra, além da psicoterapia com o suporte de um psicólogo são dois pontos essenciais não apenas para o tratamento do quadro atual, mas como prevenção de possíveis recidivas. Ela pontua também os exercícios físicos como peças fundamentais ao equilíbrio mental.
Nos casos em que a depressão se instala, pode existir aumento no risco de
suicídio por parte do paciente? De acordo com Lucíola, os indivíduos que não recebem tratamento adequado em um quadro depressivo podem, sim, evoluir com ideação suicida. Ela fala que ter uma doença incapacitante, como o câncer, aumenta esse risco. A médica alerta que todos os profissionais do time de saúde precisam estar atentos, pois a avaliação do estado mental faz parte da boa assistência. A oncologista ainda ressalta a rede de apoio como algo necessário. Para ela, é importante compreender que a depressão é uma doença e precisa de tratamento como qualquer outra. “Encoraje a busca por auxílio e jamais invalide seu familiar ou colega que esteja passando pelo quadro. Frases como “isso não é nada”, “seja forte que isso passa”, “não seja fraco” atrapalham muito. Ofereça uma escuta solidária e sem julgamentos. Mostre que você está ali para ser útil, como auxiliar em alguma tarefa doméstica ou oferecer companhia para uma caminhada”, destaca.