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São Paulo / Esporte

 

Atleta utilizando Canabidiol – Foto divulgação

Desde 2018, o Canabidiol (CBD) não está mais na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping. Isso permitiu aos esportistas a possibilidade de aderir ao tratamento com a Cannabis Medicinal. Segundo José Wilson Andrade, vice-presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide, a atenção está voltada para a ação dos fitocanabinoides no atleta. Conforme o médico, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, centenas se beneficiaram dos efeitos positivos do CBD durante a competição. “No mesmo ano, uma análise de 37 estudos, com 46.202 atletas, mostrou que 23,4% usaram algum fito canabinoide com fim terapêutico nos 12 meses anteriores. A segurança terapêutica e o amplo espectro de aplicação faz que o CBD seja uma opção extremamente eficaz para várias queixas que acompanham o atleta profissional ou amador”, destaca. De acordo com ele, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o CBD não tem potencial de abuso ou adição e sua aplicação medicinal é segura.

 José Wilson comenta que o atleta de alto rendimento apresenta múltiplas queixas, pontuando que a dor crônica é a mais frequente, entretanto, há outros fatores. Ele cita a ansiedade nos períodos de pré-competição, pois existem cobranças de resultados; os distúrbios alimentares pela necessidade de manutenção do peso; a péssima qualidade do sono vinda dos excessos de viagens e desgastes físicos; problemas gastrointestinais decorrentes de treinos desgastantes são apenas alguns exemplos de problemas. 

Dr. José Wilson – Foto divulgação

O médico diz que a Cannabis pode ser uma aliada do atleta, já que os efeitos anti-inflamatórios e ansiolíticos do CBD podem mitigar todos esses sintomas com mínimos efeitos colaterais. “Como em qualquer medicamento, os efeitos indesejados existem, mas são muito brandos, e na maioria dos casos, passageiros. Sonolência, fadiga, diarreia e boca seca são os mais comuns. É importante avaliar o uso concomitante de outros medicamentos, pois existe interação. Efeitos mais sérios, como alteração de função hepática são descritos, porém raros”, explica. Perguntado se o uso da Cannabis no esporte é uma tendência sem volta, uma vez que propõe um cuidado integrativo da saúde do atleta, José Wilson fala que a possibilidade de substituir medicamentos clássicos e seus efeitos colaterais pelos fitocanabinoides é de valor inestimável. 

“Analgésicos, anti- inflamatórios e ansiolíticos são algumas substâncias muitas vezes presentes na vida do atleta que, em excesso, trazem grande prejuízo à saúde”, ressalta. O abuso de opioides (analgésicos de alta potência, com alto grau de abuso e adição, como Tramal, Tylex), de acordo com o médico, é uma grande preocupação não apenas no meio esportivo, mas na sociedade em geral. Ele reforça que ainda faltam muitos estudos que comprovem a eficácia do uso de fitocanabinoides no esporte, mas os resultados até hoje são extremamente positivos. “Minha experiência clínica não deixa dúvidas em relação aos benefícios. Acredito que em breve o CBD fará parte da vida de todo atleta”, finaliza.