Podemos dizer que ela é a própria paulista da gema, aliás, aquela ‘paulistana raiz’ mesmo porque nasceu na Maternidade São Paulo, na Frei Caneca, pertinho da Avenida Paulista. Tão da grande metrópole que ela diz que foi criança de apartamento. “As lembranças que tenho da infância são de crescer em prédio, de ir ao parquinho e ter amigos no condomínio. Meio o lazer que nossas crianças infelizmente tem hoje, né. Então quando me perguntam sobre o passado posso dizer que lembro dessa São Paulo bem asfaltada, bem crua, bem metrópole e por isso que eu me autodenomino bemmmm paulistana”, conta Maria Cândida. A apresentadora, jornalista e repórter hoje do Bem Estar é uma fonte de pautas das mais variadas possíveis sobre o universo feminino e suas vertentes, principalmente após os ‘enta’.
Eclética, a loira já fez carreira dentro e fora da TV. O engraçado é que sua volta à TV Globo se deu justamente por um trabalho maçante na internet com um conteúdo pra lá de inovador: falar sobre envelhecimento, de maneira saudável e prazerosa para mulheres, com dicas práticas e um bom humor de fazer inveja. A incansável jornalista que já foi garota do tempo do Jornal Nacional, repórter especial de programas dominicais campeões de audiência, apresentadora do Globo Rural, entrevistadora de celebridades internacionais e muito mais (mas coloca mais nisso), um dia se cansou e foi viver a vida de maneira real. “Eu disse: sou repórter preciso estar na rua e ter liberdade de reproduzir o que vejo, da minha maneira. Assim, encontrei o nicho: falar para mulheres que estão envelhecendo que, ei, tudo bem, e você pode chegar a essa marca linda e plena, basta se preparar para isso. O engraçado foi que quando saí da TV e passei a produzir um conteúdo diferenciado online, voltei para os holofotes da televisão por conta disso”, declara.
No livro “Mulheres que brilham” a jornalista conseguiu mergulhar em um universo que desconhecia e trouxe histórias e informações únicas, reunidas em uma obra apaixonante. “Hoje tá muito claro, mas há dez anos atrás não era tão claro, há vinte anos não era tão claro, há trinta anos atrás não era tão claro, então eu comecei o movimento de me conhecer e estudar mesmo o que acontecia com as mulheres de quarenta, viajei e entrevistei 140 delas… Tudo começou na África do Sul, depois Filipinas, depois Tailândia, e depois eu fui pra Finlândia, França, Lituânia e conheci mulheres de todas as idades, mas mais na faixa aí dos trinta e cinco aos quarenta e cinco, que eram totalmente desconstruídas, transformando, que queriam que estavam em profissões já novas, outras em antigas, mas assim que que estavam inovando e fazendo mesmo dentro do da extrema pobreza, sabe? Posso dizer que vi de tudo um pouco… De empresárias a mulheres extremamente criativas e determinadas dentro do contexto em que viviam… E aquilo foi tocante pra mim…”.